Ratazana agora atendendo em novo endereço:

http://muleburra.com/ratazana/

Tô pensando em mudar a imagem do título pra dois ratinhos mortos ressequidos com mosquinhas pairando em cima de tão abandonado q isso está.

 

Mas eu juro q volto em breve. E isso é praticamente uma ameaça.

Ano II

Cozinhando na minha cozinha (“minha”? ah, sim. O mundo acreditará.). Cantando errado todas as músicas, mesmo quando faz só o coro ou a segunda voz. Dançando esquisito. Sacolejando a barriga pra me fazer rir. Sacodindo os cachinhos pra tirar da testa. E deixa a torneira irritantemente aberta como se o mundo fosse só água e nós.

Irrita com essa rádio grega que só toca música americana. Irrita com essa falta de educação. Essa boca suja com a maior quantidade de palavrão por centímetro cúbico do mundo. Não faz média com ninguém e acha que sua opinião tem sempre que ser dita. O cúmulo da ignorância e do narcisismo. Chegando a paranóia. Que também irrita.

Mas depois de tudo isso tem um espagueti impagável. Bolognesa, quatro queijos, you name it. Sem falar naquela comidinha grega. E sem falar naquele beijo carnudo e macio.

Há exatos dois anos nos misturamos e o resultado é o que há de mais lindo (as fotos comprovam!). Nome grego como o teu. Olhos iluminados, como os teus.

Problemas? Temos vários. Mas o maior deles é que eu te amo.

Dercy Gonçalves morreu (antes ela do q eu, tadinha) finalmente, contrariando o q ela mesma dizia (“Não sei o que eu vou fazer, mas morrer eu já resolvi que não vou, porra!”).

E eu até que gostava da idéia de ter uma personalidade meio “Elvis não morreu” aqui no Brasil e a Dercy (irreverente, caquética e desbocada) seria bem adequada ao nosso país.

Mas não é pra isso que estou acordada nesta hora insana. [abre-parêntese-gigante]Na verdade, verdade mesmo, isto é um flagra de assalto inescrupuloso a geladeira. Assim que o sorvete acabar – sobremesa para o yakissoba da madruga (sim, a pessoa COME. Mais até do q quando estava grávida, se é q isso é possível) – eu volto pra cama e rezo pra q o imperador me dê aí uma horinha de folga antes da próxima mamada.[fecha-parêntese-gigante]

To aqui pra dizer q eu previ a morte da Dercy. E também do Jamelão, recentemente.

Todo ano, na aula em q falo sobre expectativa de vida, faço uma espécie de “bolão” com meus alunos: listamos personalidades famosas q irão cantar pra subir (ou descer... vai saber...) no ano corrente.

Jamelão e Dercy eram a dupla de “highlanderes”mais promissora dentre os meus candidatos.

O terceiro era o Sílvio Santos. (Já to avisando q é pra deixar registrado caso minha profecia se cumpra).

Se acontecer (e eu espero q não! Afinal, meu pai ainda não ganhou na tele-sena, então, VIDA LONGA AO PATRÃO!), estarei dando consultas pela módica quantia de... hummm... melhor não colocar preço ainda. Tempos de inflação...

Bom, é isso... vou pra cama imaginando o Jamelão e a Dercy ao lado de São Pedroca cantando: SÍLVIO SANTOS VEM AÍ!!! LÁ-LÁAAAA-LÁLÁ-LÁLÁ!!!

Então o baby estava há dias sem fazer cocô (algo surpreendentemente ruim). A pediatra disse que isso é comum e não é preocupante quando o bebê se alimenta apenas de leite materno. Mas é claro que a mãe fica preocupada assim mesmo.

Seis dias se passaram com as fraldas limpas e meu coração apertado, até que o anjinho resolveu abrir a porteira. Nunca vi tanta merda na vida. E nunca imaginei que ficaria feliz com isso. Até cantei “parabéns”.

Realmente a maternidade muda a perspectiva que temos das coisas.

Um banho quente de vinte minutos ganha um valor inestimável. Digitar a numeração dos códigos de barras com uma mão é irritante, mas ir ao banco é impossível. Venderia meu próprio pai (a mãe não! A MÃE NUNCA!!!) por uma noite de 6 horas de sono ininterruptas. Por outro lado, pentear o cabelo se revelou algo totalmente obsoleto, sobretudo quando a única pessoa sexualmente interessante não pode se interessar sexualmente por mim devido ao resguardo – aliás, não dá nem pro pobre usufruir os peitos “gigantes” (para os meus padrões) porque além do resguardo, ainda se corre o risco de tomar um jato de leite nos córnios. O dia vai embora e eu não consigo fazer nada. Essa minha pessoinha simplesmente não dorme de dia (mas GRAÇAS A DEUS dorme dois ou três sonos de duas ou três horas a noite. Então só pra constar: DEUS, NÃO ESTOU RECLAMANDO).

Hoje, milagrosamente, o imperador está aqui do lado tirando o sono dos justos. E eu simplesmente não sei o que fazer com esse tempo então estou aqui escrevendo (porque banho eu já tomei).

E se alguém vier me falar de dia dos namorados vai levar um peteleco.

Mas pelo menos a vista é bonita...

A maternidade é visceral, é físico. Não há escolha.

Não dá pra não sentir os enjôos ou os chutes que te acordam de madrugada. Não dá pra não sofrer as dores do parto (ou do pós-parto). Não dá pra fazer cara de paisagem quando aquele pedacinho de gente se alimenta na gente, às vezes quase arrancando uma pedaço tão querido da nossa anatomia.

Mas se eu pudesse escolher...

Escolheria tudo isso.

Feliz dia das mães!

(Ignorem a data da postagem. Einstein disse que tudo é relativo, até o tempo. Principalmente o tempo das mães de bebês de quase um mês!)

Faltam dois dias

E eu tô tranquila. Sério mesmo. É aquela calma que só o desespero dá, acredito. Mas de um modo geral, parece que nem sou eu que vou entrar na faca e dar a luz ao meu filho. Vai ver a barriga do pai anda tão próxima da minha q me fez pensar q o parturiente é ele.

Já tive crises de pânico, como quando saí pra comprar a primeira leva do enxoval com minha mãe. Ela foi na lanchonete por cinco minutos e eu fiquei lá sozinha no meio daquele monte de carrinhos, roupinhas, chupetas... foi me dando uma falta de ar... acho q foi a única vez ao longo de toda a gravidez q realmente estive perto de desmaiar!

Crises de ansiedade, como aquela sensação de q os nove meses são eternos. E depois aquela certeza de q não vai dar tempo de ajeitar nada. Crises de desespero, quando a gente olha praquele bendito teste e vê as duas listras... Isso sem falar nas crises de choro... essas são diárias. Todos os dias até por volta dos 6 meses eu chorava pontualmente às 6:30, no carro, dirigindo pro trabalho. E embora todo mundo saiba q eu sou o oposto dos workaholics, eu juro q não era pq eu não queria trabalhar (é lógico q de fato eu não queria! Mas com isso eu já me conformei há alguns anos).

As dúvidas então, são milhares. A internet e obviamente minha mãe têm me socorrido prontamente.

Ganhei um livro estilo auto-ajuda q em nada me ajudou (era uma mãe chata fazendo mil promessas pro seu filho). Preferia mil vezes algo mais prático. Pq a sensação q eu tenho é q alguma autoridade vai aparecer na hora de sair da maternidade e me fazer assinar um termo dizendo q eu jamais ficaria mais do q 40 minutos com meu filho sem a supervisão de um adulto.

Mas a última crise foi há uma semana, mais ou menos. Passei um dia inteiro chorando e sofrendo com a sensação de q nada q eu tenha passado nessa vida chega perto da aventura de ser mãe. NADA. E essa é a única certeza q tenho no momento. Justo eu q só de entrar num cômodo totalmente escuro já sinto falta de ar.

Então é isso. Tô tranquila. É a calma q só o desespero dá. Não adianta esquentar a piriquita quando não se faz idéia do q está por vir.

E mandem boas energias!

PS: Graças ao Governador ("I coração Sérgio Cabral"), mando fotos do rebento pro orkut ainda na maternidade!