Ratazana adere ao nepotismo

Quer dizer, quem pratica é o General-Papy que me fez a gentileza de me transferir para o colégio onde ele é diretor.

E veja bem: eu fui aluna dele. Eu e meu irmão. E se eu te disser que eu CHORAVA sempre que tirava menos que 7 na matéria dele (e ele nem pra fazer a gentileza de ser professor de Ed. Artística... tinha que ser de MATEMÁTICA!) e que houve um ano em que meu irmão teve que assistir aulas em JANEIRO por conta de dois décimos que ele não perdoou (O PRÓPRIO FILHO!!!)... dizendo isso, fica claro pra todo mundo que trabalhar com “G-P” não é exatamente um passeio na roda gigante (a menos que esta esteja assustadoramente acelerada)?

Bom... o caso é que em breve começarão novas turmas de supletivo, que serão meus mais novos gremlins (sendo aluno, ainda que adulto, É GREMLIN). Mas enquanto isso não acontece, acumulo as funções de digitadora, boy, garota de recados, secretária, recepcionista e (a melhor de todas!) oráculo (porque as pessoas CISMAM que eu tenho que ter as respostas para as perguntas mais impensáveis).

- Colégio Elefantinho Tarado (nome fictício), boa tarde.
- Com quem falo?
- Ana.
- Ana, eu gostaria de falar com o Manoel.
- Olha só... Manoel de onde?
- Daí.
- Mas me dá uma pista, porque esse colégio tem mais de 400 funcionários e pra melhorar, eu sou nova.
- Então me passa pro Recursos Humanos.
- Não tem.
- Como não tem? (Ah lá as perguntas impensáveis...)
- Ué... Não tem...
- Mas um colégio com mais de 400 funcionários??
- Pois é.... veja você...
- Então me passa pro Departamento Pessoal.
- Olha só... não tem.
- Mas como não tem?
- Não-tem-não-tendo. Igualzinho o Recursos Humanos.
- Então me passa pra a prefeitura.
- Olha só, querida, isso é só COLÉGIO. Por acaso ele é da prefeitura, mas a gente não tem um “telefone vermelho” igual do batman pra falar pra lá!!!
- Mas isso é um absurdo!
- Colega, absurdo é o que não falta no ensino público... e tipo assim... absurdos DE VERDADE, não essas bobagens. Posso ajudar em outra coisa, já que no caso do Manoel nada acontece?
- Seu nome é...?
- Ana.
- Você é muito grossa, sabia, Ana?
- Não. Mas agora que você me disse eu tô sabendo. E você? Sabia?
- O que?
- Que você é mala??

Pensando bem, vou inventar um nome fictício pra minha porção “secretária-eletrônica”. Assim, caso hajam reclamações quanto a qualidade do meu atendimento, GP não saberá que se trata de minha pessoa (até porque... nessa idade, não poder sair de casa durante uma semana, ou coisa do tipo, pega super mal...)